segunda-feira, 6 de março de 2017

Então, neste ano, o dia 8 de março será um dia de greves. Nós vamos fazer greves, Sr. Presidente. Nós vamos fazer greves nas escolas, nós vamos fazer greves nas nossas casas, nós estamos chamando para fazer greves nas atividades domésticas, fazer greves na área de trabalho, fazer bloqueio de estradas, fazer marchas, fazer abstenção de todo trabalho doméstico, inclusive abstenção sexual. É isso. As mulheres vão parar por um dia... OBSERVO AINDA ISSO: ELA DIZ QUE AS MULHERES COM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA IRÃO PERDER 10 ANOS E 130 SALÁRIOS MÍNIMOS ... 06/03/2017 - Plenário Discursos - Gleisi Hoffmann anuncia intensa mobilização e manifestações no Dia Internacional da Mulher... .... E MAIS ELA DIZ QUE AS MULHERES COM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA... QUEREM MEXER NA PENSÃO QUANDO MORRER O MARIDO DEVERÁ FICAR EM 50 % :( SOMANDO EM 10% PARA CADA FILHO QUE ELA TIVER E PERDENDO QUANDO CADA UM IR ATINGINDO A MAIORIDADE REFERENTE AO SALÁRIO MÍNIMO... :( VEJA AQUI NO MEU BLOG



...3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
55ª LEGISLATURA
Em 6 de março de 2017
(segunda-feira)
Às 14 horas
17 ª SESSÃO
(SESSÃO NÃO DELIBERATIVA)
Horário(Texto com revisão.)




Com a palavra a Senadora Gleisi Hoffmann, do PT, do Paraná.
A SRª GLEISI HOFFMANN (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PR. 
Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, quem nos 
acompanha pela TV Senado, pela Rádio Senado e também pelas mídias sociais, eu 
subo a esta tribuna hoje, dia 6 de março, segunda-feira, na semana em que nós 
comemoramos o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, exatamente para falar sobre
 a diferença deste 8 de março nas nossas manifestações.
Neste ano, Sr. Presidente, nós não teremos uma manifestação como a de outros anos 
em relação ao 8 de março. Sempre tivemos 8 de março em que fazemos protestos, 
em que fazemos reivindicações, em que fazemos comemorações das nossas conquistas.
14:56
R 
Este ano é diferenciado, porque tem um movimento internacional das mulheres para que a 
gente, no mundo inteiro, se movimente de diferentes formas e por diferentes bandeiras, 
mostrando o que está em jogo na sociedade humana, mostrando os retrocessos que se
 estão fazendo em relação aos direitos conquistados pelas mulheres.
Então, neste ano, o dia 8 de março será um dia de greves. Nós vamos fazer greves,
 Sr. Presidente. Nós vamos fazer greves nas escolas, nós vamos fazer greves nas nossas 
casas, nós estamos chamando para fazer greves nas atividades domésticas, fazer greves 
na área de trabalho, fazer bloqueio de estradas, fazer marchas, fazer abstenção de todo 
trabalho doméstico, inclusive abstenção sexual. É isso. As mulheres vão parar por um dia, 
como foi na Finlândia. Nós queremos que tenha o mesmo impacto. Lá as mulheres tiveram
 de parar tudo por um dia para mostrar o que elas representavam para a sociedade, senão
 a sociedade não nos vê. Nós somos invisíveis, como, aliás, já fomos nesta Casa por várias 
vezes, em várias discussões.
Esse é um movimento internacional. Aliás, é um movimento que está sendo puxado por
 intelectuais e ativistas, feministas do mundo todo, mas que tem entre as suas precursoras 
a feminista Angela Davis, que tem uma história belíssima no movimento de mulheres no 
mundo. O documento que foi lançado por essas mulheres, que está dando base a esse 
movimento do 8 de março, é por uma greve internacional militante no 8 de março, para 
além do "Faça Acontecer", por um feminismo para 99% das pessoas do Planeta. É isso o 
que nós queremos.
Esse movimento se iniciou com a grande marcha que nós tivemos nos Estados Unidos, 
a marcha do dia 21 de janeiro, em diversas cidades, contra a eleição de Donald Trump. 
E por que contra a eleição de Donald Trump? Contra as suas posições misóginas, 
conservadoras, atrasadas, contra a forma de tratar as mulheres, as minorias, a forma de
 tratar os imigrantes. Mas essa manifestação também teve início, também foi motivada
 pelas grandes manifestações que tivemos na América Latina recentemente, 
principalmente as manifestações na Argentina, em que o tema foi "Nenhuma Menos",
 exatamente para enfrentar a violência masculina contra a mulher, em que mulheres
 e meninas, estão sendo mortas. E a sociedade argentina, o establishment do Estado 
argentino não está conseguindo fazer o enfrentamento dessa situação.
Nós estamos - não tenho dúvidas, Senadora Vanessa -, numa nova onda de lutas feministas.
 Não é mais o feminismo empresarial, o feminismo do faça acontecer, aonde a gente
briga apenas pelo espaço, onde o protagonismo individual é importante ou a 
oportunidade individual é importante. Não, nós estamos num movimento muito mais 
horizontal, um movimento em que nós precisamos levar o feminismo para 99% das 
pessoas, ser solidários com as trabalhadoras e com as suas famílias, com as desempregadas
 e com as suas famílias, com as agricultoras e com as suas famílias. É fazer uma aliança
 internacional contra o neoliberalismo econômico, porque esse neoliberalismo econômico 
é aquele que mais prejudica as mulheres, principalmente as mulheres pobres, que não 
conseguem, no movimento feminista empresarial "Faça Acontecer", se ver representadas.
O feminismo do "Faça Acontecer", esse que nos envolve muito no Parlamento, que, inclusive
, é um dos motivadores do prêmio que vamos ter amanhã, Bertha Lutz, sem dúvida nenhuma
 um prêmio importantíssimo...
15:00
R 
Mas esse feminismo e outras variantes dele falharam para a esmagadora maioria das
 mulheres. Falharam! Basta olharmos hoje o mundo e o Brasil para vermos essas falhas: 
que não têm acesso à autopromoção, mulheres que não têm acesso ao avanço individual,
cujas condições de vida só podem ser melhoradas através de políticas que defendam a
distribuição de renda, o equilíbrio social, os direitos trabalhistas, a saúde. São essas as
 políticas para fazer a diferença na vida da maioria das mulheres.
Por isso, o nosso feminismo agora tem de ser um feminismo para 99% das pessoas. Por 
isso o 8 de março tem de ser comemorado de forma diferente. Tem de ser mais aguerrido, 
mostrando às mulheres na rua o poder que as mulheres têm, inclusive de parar a sociedade 
por um dia.
Estamos vendo uma reação aos direitos conquistados pelas mulheres sem precedentes
 na nossa história. Basta ver aqui no Brasil os discursos que fazem. Alguns políticos nossos, 
Deputados, até Senadores fazendo discursos misóginos, contra as mulheres, discursos de 
desrespeito, não considerando os nossos direitos, achando que as mulheres têm mais direitos
 do que deveriam ter.
Vejam nas questões trabalhistas, em relação à saúde, na segurança, na velhice e 
principalmente em relação à violência contra a mulher. Nós vemos exacerbados, neste
 momento da história da humanidade, o sexismo, o racismo, a xenofobia, a transfobia.
 E todos estão articulados para retirar os direitos e as garantias que foram conquistados pelas 
mulheres através de anos de luta. Através de muitos anos de luta!
A greve internacional, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quem nos acompanha, é para
 isso, é para chamar a atenção para isso. Mulheres de diferentes partes do mundo vão estar 
nas ruas contra todas as violências.
Aqui no Brasil, não basta apenas nos opormos às políticas do Governo Temer e ao próprio 
Temer. São políticas misóginas, homofóbicas, racistas. Governo de homens brancos! 
Governo de homens brancos e ricos. Agora tentaram dar um colorido com as mulheres. 
Inclusive colocaram uma mulher negra para ser Ministra. É uma coisa absurda! É como se
 fosse um bolo que precisasse do enfeite. Mas a forma de fazer política é atrasada. E
 essa forma de fazer política atrasada abriu na sociedade uma porta para que posições 
fascistas, machistas, de intolerância se manifestassem na sociedade contra as mulheres e
 contra os diferentes. Isso também atinge as nossas crianças.
O ataque neoliberal contra os direitos sociais e trabalhistas é uma das coisas mais graves
 que temos e que mais atinge as mulheres, a deterioração das condições de vida das 
mulheres negras, trabalhadoras, donas de casa, agricultoras. É uma financeirização
 da economia fora, internacionalmente falando, e aqui dentro, com essas políticas 
ultraneoliberais, com essas reformas excludentes das pessoas, dos benefícios sociais, da 
proteção social, como é a reforma da Previdência, como é a reforma trabalhista que se 
pretende.
Por isso, o nosso feminismo tem que ser de 99% das pessoas para as pessoas, e não 
apenas o chamado feminismo empresarial, o feminismo de representatividade. Tem de
 ser um feminismo que mexa na base da economia, para que as pessoas não sejam 
excluídas – as mulheres e suas famílias. Isso já emergiu na Polônia, com greve de 
mulheres, na América Latina, com as manifestações, na Itália, na Coreia do Sul, na
 Irlanda, sempre com protestos. São lutas combinadas contra a pauta conservadora 
que avança, mas também contra a pauta sobre a distribuição de renda e sobre o trabalho:
 o trabalho doméstico, o trabalho do cuidado, a aposentadoria das donas de casa.
15:04
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A Senadora Vanessa, que me antecedeu, falava exatamente disso. É impressionante.
Há um estudo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, da pesquisadora Hildete Pereira de Melo,
 junto com Cláudio Monteiro Considera e Alberto Di Sabbato, que são professores 
pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, com o título "Os afazeres domésticos
 contam". Eles fazem um estudo de que se as mulheres fossem remuneradas pelo trabalho
 que fazem em casa - lavar, passar, cozinhar, cuidar dos filhos, cuidar dos idosos, cuidar da
 família - isso teria um impacto de 12,5% no Produto Interno Bruto Brasileiro. Doze e meio 
por cento no Produto Interno Bruto Brasileiro! Essas mulheres deveriam ganhar em média, 
pelo que nós temos de padrão salarial na sociedade brasileira, pelo menos R$1.500.
Mas, por séculos e séculos, e ainda continuamos assim, essas mulheres trabalham de graça, 
sem receber nada, sequer um muito obrigado, às vezes nem dos filhos nem dos maridos.
 Por quê? Porque se consumou na sociedade que trabalho doméstico não é trabalho, 
porque não é remunerado e porque, na concepção masculina, não se agrega ao PIB.
Doze e meio por cento do Produto Interno Bruto é muita coisa! Por isso nós temos que
 fazer greve. Para tudo! Parou tudo. Nós vamos ver o efeito disso na economia. Eu acho 
até que um dia é muito pouco. As mulheres tinham que parar por uma semana não só as
 ocupações profissionais fora de casa, mas principalmente de dentro de casa.....
Fonte...

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